Mais de 17 mil toneladas de toras de eucalipto do sul catarinense ocuparam um navio inteiro e estão a caminho da China por meio do novo processo de exportação no Porto de Imbituba.
Tudo isso, porque essa é a primeira vez que um procedimento de exportação Break-Bulk, caracterizado pelo embarque de cargas a granel, acontece através da Declaração Única de Exportação (DU-E). A operação iniciou na sexta-feira , dia 31 de agosto e deve ser finalizado hoje, dia 4. O recurso faz parte do Novo Processo de Exportações, lançado pelo Governo Federal com o intuito de simplificar e desburocratizar cerca de 5 milhões de trâmites anuais de exportação, envolvendo mais de 25.500 empresas.
Em busca da eficiência
De acordo com Ivan Moraes, um dos diretores da MDV Comex, empresa especializada em desembaraço aduaneiro e responsável pela operação, a partir de agora a autorização e despacho antecipado migrou integralmente para o meio eletrônico. “Deixou de ser físico. Antes era preciso petição e a juntada de outros documentos para posterior distribuição e análise de um fiscal da Receita Federal. Isso levava vários dias. Hoje, simplificou. A autorização do despacho antecipado ocorre em poucos minutos após o lançamento de informações corretas na DU-E. Após o fim da operação, a conclusão do procedimento junto à Receita Federal também é feita de forma eletrônica, o que gera total celeridade ao processo”, aponta ele.
Para o também diretor da MDV Comex, Maurício dos Santos, o recurso representa um novo momento do Comércio Exterior no Brasil. “É algo inovador que facilita e gera segurança para o fisco e também de todos os envolvidos nessas operações mais complexas”, complementa.
Competitividade em alta
Além de reduzir prazos e custos, o novo sistema incrementa a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Com a operação já em curso no Porto de Imbituba, as empresas do Sul de Santa Catarina não ficam fora dessa vantagem. “Isso permite que outros fornecedores tanto de produtos a granel, quanto aqueles que necessitem de transporte diferenciado vejam o porto como uma nova saída de escoamento que viabiliza sua operação de maneira muito mais competitiva, ainda mais por conta da proximidade da nossa região com o local”, arremata Ivan.
Projeção Internacional
Maior consumidor mundial de madeira, a China recebeu no último ano 137 mil toneladas de madeiras do Brasil, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Para Ivan, o novo processo é mais uma forma de estimular empresários a investirem no mercado externo e aumentarem a participação brasileira no comércio internacional. “Facilita para que empresas locais, que antes não pensavam em exportar, agora tenham mecanismos para se tornar competitivas e possam deslumbrar oportunidade de venda dos seus produtos no exterior e o Brasil conseguirá uma projeção ainda maior no comércio internacional”, finaliza Maurício.
Fonte: GuiaComex