As cargas conteinerizadas contam com linhas regulares no Porto de Santos e os navios podem operar normalmente em dias de chuva
Maior porto da América Latina recebe os mais variados tipos de navios; em 2022, foram 5.190 atracações
Ser o maior complexo portuário da América Latina faz com que o Porto de Santos receba os mais diferentes tipos de navios. Só em 2022, para se ter uma ideia, foram registradas nas margens Direita e Esquerda 5.190 atracações - média de 14 operações diárias. Isso inclui cargueiros de granéis sólidos e líquidos, roll on-roll off, petroleiros, gaseiros, de passageiros e até militares. Contudo, os mais frequentes no Litoral Paulista são os navios porta-contêineres.
Santos tem 11 berços para movimentação de carga geral solta e contêineres, sendo que os porta-contêineres realizam o maior número de atracações. Isso porque as cargas conteinerizadas contam com linhas regulares e os navios podem operar normalmente em dias de chuva, diferentemente das embarcações de granéis sólidos, de acordo com a Santos Port Authority (SPA).
No ano passado, o Porto de Santos - que movimentou 162,4 milhões de toneladas, 10,5% a mais em comparação a 2021 - recebeu 2.360 navios de contêineres, incluindo os embarques de celulose, com uma movimentação de mais de 8,2 milhões de toneladas, e terminais em expansão, que contam com cinco berços.
“Os navios de contêineres que navegam com carga máxima de até 9 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), aquém de suas capacidades, são os que predominam em Santos, por causa do calado”, explicou o presidente da Praticagem de São Paulo, Fábio Mello Fontes.
Segundo a Autoridade Portuária, o Porto de Santos está preparado para receber cargueiros de diversos tipos, além de navios de passageiros (cruzeiros marítimos) e militares - estes últimos contam com um cais específico, de responsabilidade da Marinha. Em 2022, foram 64 atracações de cruzeiros marítimos e 25 de navios da Marinha.
“No Porto de Santos, nós temos os graneleiros, os conteineiros, os químicos, os petroleiros, os ro-ro (roll on-roll off), os gaseiros, os de carga geral, além dos navios de passageiros e os militares. Os menos frequentes são os de carga geral, porque o transporte marítimo está sendo submetido a uma alta especialização”, afirmou Fontes.
A segunda maior movimentação no principal ativo portuário do País é de granéis sólidos. Os graneleiros embarcaram soja em grão (25,5 milhões de toneladas), açúcar (20,4 milhões) e milho (16,3 milhões) e contam com 15 berços para operação. Já os graneleiros utilizados quase que exclusivamente nas importações embarcam em sua maioria fertilizantes (70% do total), enxofre e sal. Estes navios contam com quatro berços de atracação. Considerando ambos (minerais e vegetais), foram 1.607 atracações em 2022.
“Os graneleiros que atracam em Santos transportam até 75 mil toneladas de carga, em média. Os navios utilizam uma margem de segurança de 0,5 metro a 1,5 metro de calado para não encalharem. Hoje, temos profundidade de 16 metros no canal de navegação, mas é difícil manter isso junto aos berços de atracação, onde a profundidade varia. Tem local que não dá para dragar até 16 metros. Tem berço que o terminal utiliza defensas para o navio atracar em segurança”, disse o presidente da Praticagem.
Os granéis vegetais líquidos também são divididos em vegetais e minerais. No entanto, ao contrário dos sólidos, os minerais são a maior parte. São oito berços e mais diversidade de cargas (combustíveis e químicos). Já o granel vegetal é limitado aos sucos cítricos, que contam com três berços. Em número de atracações, foram 901 em 2022 (considerando ambos os tipos).
Outro tipo de navio é o roll on-roll of, popularmente chamado de ro-ro, com um berço exclusivo. É um tipo de navio para transporte de veículos (automóveis, caminhões, tratores e outros), que embarcam e desembarcam por meio de rampas, sem uso de guindastes. Em 2022, foram 223 atracações, conforme informou a SPA.
Fonte: A Tribuna
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