A decisão sobre a autoridade portuária do Porto de Santos, ser ou não ser desestatizada, deve ser subalterna à declaração “aonde a empresa quer chegar em um prazo longo”. Trata-se de um planejamento com metas, de forma que seu desenvolvimento responda às demandas da navegação e contemple logisticamente toda a sua zona de influência. Tudo avaliado com parâmetros de eficientização, expansão e análise financeira. Tendo em conta ser um cronograma de obras que ultrapassa o período de um mandato presidencial.
Chama a atenção nessa análise a condição do Porto de Santos estar limitada aos navios de 340 metros de comprimento e 14,50 metros de calado, dimensões que impedem a operação de navios modernos, das grandes rotas comerciais e, assim, resulta ineficiente. Por exemplo, o navio Maersk Triple (foto acima) tem 397 metros de comprimento e 16 metros de calado máximo. Entretanto, não existe limite para expandir o necessário e se desenvolver operacionalmente, de modo a alcançar produtividade, eficiência, competitividade e preferência pelo porto; geográfica e tecnologicamente falando.
Agora que estão definidos os presidentes da Câmara e do Senado, as condições do jogo político estão postas, para o governo Lula implantar propostas e fazer crescer o Brasil. Neste horizonte, o setor portuário tem um papel fundamental na geração de melhores resultados possíveis no comércio internacional das produções industrial e agrícola. No entanto, no caso do Porto de Santos, há limites antigos e que há muitos anos persistem por falta de liderança à altura para definir as metas e alcançá-las. Êxito que vem acontecendo nos principais portos do mundo.
É preferencial o debate do Porto de Santos oceânico no âmbito da sua nova diretoria. Sem o que não será possível entender, nem estabelecer uma meta eficaz a ser alcançada no processo de melhorar o seu desempenho logístico. Ir além dos puxadinhos interesseiros que se assistiu nos últimos quatro anos e não se percebeu nenhuma realização efetiva do tão alardeado e polêmico programa de desestatização.
A estratégia de gestão deve incluir também a relação porto-cidade, imperativa e relevante como práticas ambiental, social e governança (ESG na sigla inglesa). Não são poucos os graves impactos do porto que são constatados nas cidades portuárias, por falta de planos e ações adequados. O canal do Porto de Santos corta 4 cidades. Holisticamente, o que se constata é a necessidade urgente da determinação do alvo para a administração portuária.
Fonte: Portogente
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