Com demanda para cargas e descargas na Margem Esquerda do Porto, o Ceparking faz a gestão logística dos atendimentos. Foto Ilustrativa
A chegada dos caminhões de carga ao Porto de Santos e aos terminais é feita com agendamento e, no caso dos que transportam grãos, existe a obrigatoriedade de passar por um pátio regulador. A prática, que completa dez anos em 2023, permite melhorar a cadência da chegada nos terminais, pois em sua grande maioria os veículos de carga pesada vêm de grandes distâncias.
Em nota, a Autoridade Portuária de Santos (APS) informa que, desde 2013, está em funcionamento o sistema de agendamento. Ele disciplina o recebimento dos caminhões pelos terminais portuários. Cada um possui uma cota máxima horária definida pela APS em função de sua capacidade de recebimento. Dentro desse limite, são abertas janelas horárias e o expedidor encaminha o caminhão a tempo para cumprir o horário agendado, considerando sua distância para o terminal.
“A APS vem promovendo melhorias e modernizações em suas normas que regulam os acessos terrestres. Uma grande mudança foi realizada para os terminais de contêineres em 2022. Atualmente, já foram iniciados trabalhos junto com os terminais de grãos para modernização da norma referente a esse tipo de carga. A APS também está promovendo ações para aumentar o número de vagas de estacionamento para veículos de carga, tanto na margem esquerda quanto na margem direita”, explica.
Cada terminal, lembra a APS, abre janelas horárias de agendamento de caminhões no sistema, não ultrapassando sua cota máxima, e o expedidor encaminha o caminhão a tempo para cumprir o horário agendado, considerando sua distância para o terminal.
A Autoridade Portuária, também em nota, informa que recebe todos os dias os dados de capacidade dos terminais e também aciona, se necessário, as contingências (ou seja, a redução ou cessação temporária das chamadas de caminhões dos pátios). Isso ocorre, segundo a APS, em caso de congestionamento na região do Porto, nas rodovias ou mesmo em Santos.
Soluções
Embora a gestão operacional e logística do Porto seja de responsabilidade da APS e das empresas operadoras dos terminais, incluindo a administração de pátios reguladores, a Prefeitura de Santos tem acompanhado esse processo de perto, em especial depois de seguidos congestionamentos no final de agosto.
À época, houve uma reunião sobre a necessidade de melhoria das condições de tráfego no Distrito Industrial da Alemoa. Ela ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, na Capital. Na ocasião, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou um investimento de R$ 15 milhões que serão destinados a obras de acesso, pavimentação e sinalização na região.
A Administração santista também enviou projeto à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para a realização de estudos sobre viabilidade da implementação de um viaduto para uma nova saída da Alemoa, o que também ajudará na melhoria do tráfego de caminhões para os terminais. Por sua vez, a Autoridade Portuária considera “imperativo que o Governo Estadual faça investimentos na construção de uma terceira rodovia”. O tema, por sinal, foi debatido no 2º Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna na semana passada em Brasília.
Enquanto isso não acontece, a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), a Ecovias, informa que todo o movimento é monitorado pela empresa, em tempo real, por meio de câmeras e pelas rotas de inspeção. Para mitigar essa situação, foi desenvolvido o Programa de Gestão Integrada, em grupo composto por representantes da empresa, Artesp, pátios reguladores, Policiamento Rodoviário, APS e prefeituras.
Esse programa é acionado sempre que constatado um início de fila que possa prejudicar a fluidez do tráfego. Dentre as providências previstas, estão a retenção de veículos comerciais no topo da Serra, a divulgação de informações nos painéis eletrônicos das rodovias e a comunicação ativa nos demais canais de informação da concessionária.
Como funcionam
Um dos pátios reguladores credenciados pela APS é o Ecopátio, plataforma intermodal do Grupo EcoRodovias. Localizado na altura do km 263 da Rodovia Cônego Domenico Rangoni, no Parque Industrial, em Cubatão, ele tem quase 450 mil metros quadrados e 1.680 vagas disponíveis, atendendo dez terminais do Porto de Santos, sendo quatro na Margem Esquerda e seis na Margem Direita.
O caminhoneiro aguarda no Ecopátio até receber, via comunicação eletrônica, uma notificação para se dirigir ao terminal de destino no Porto de Santos. A comunicação é feita pelos próprios terminais portuários de forma eletrônica pelo site do Ecopátio e chega ao caminhoneiro por SMS ou notificação no aplicativo do pátio. Ele também pode acompanhar nos totens de autoatendimento espalhados no prédio de serviços dentro do Ecopátio.
Outro pátio em operação é o Rodopark, em Cubatão. E com demanda para cargas e descargas na Margem Esquerda do Porto, o Ceparking, administrado pela empresa Terloc (Terminal Logístico Cesari), que integra o Grupo Cesari, faz a gestão logística dos atendimentos, diferentemente de um simples pátio de estacionamento.
“Por exemplo, dentro de 400 vagas, com o planejamento semanal e gestão logística, conseguimos girar uma vaga 'estática' por mais de seis vezes no dia, costumamos dizer que é como fosse um aeroporto, onde não há capacidade para alocar 3 mil aviões, mas com o giro logistico, sim”, explica o gerente de operações do Grupo Cesari, Diogo Tiago da Silva.
Ainda de acordo com ele, “os veículos chegam conforme horário agendado, realizamos todo processo de validação do agendamento e vistoria do veículo, garantindo a segurança do processo e operações do cliente, e é liberado para seguir com a carga e descarga”.
Fonte: A Tribuna
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